Neura cardíaca.
Saudade do tempo que o amor nos ardia,
Que a temperatura depressa subia
E que a tristeza bem longe passava.
Saudade do amor que a gente fazia,
Que a felicidade imensa trazia
E o tempo com a gente brincava.
Saudade do amor que vivi,
O tempo passou eu nem vi,
Nem senti que o amor esfriava
E tudo de bom que eu perdi,
O fogo que eu mesmo acendi,
A rudez do abandono apagava.
E fui por vazios inundado
Por tanta ausência tomado
Que o meu coração baqueou
Creio ter sido pecado
Esse amor quase idolatrado
Que de tanto se despedaçou.
Hoje em vazios imensos
Rever tanto amor eu nem penso,
Não vale a pena sofrer,
Mas meu coração é propenso,
Em outro amor mais intenso,
Querer outra vez derreter.