Ode ao Sol.
Quando o sol desponta no horizonte,
Agradecidos os pássaros gorjeiam,
Nas sombras lá de trás dos montes,
Seus sonhos, os homens, ali semeiam.
O sol doura o céu, que se faz ribalta,
O proscênio taciturno, agora mais bonito,
A alegria assume cenários e pautas,
O palco se torna um altar para mitos.
O homem é feliz em minúsculas cenas,
Frutos dos dilemas, que lá atrás viveu,
Como eterno escravo de tuas melenas,
Fadado aos tramas do intrépido Perseu.
Quando o sol desponta lá no horizonte,
É sinal de vida e muitos renasceres,
Sua realeza traz em si funções de ponte,
A unir os planos, fatiados por seus seres.
Quando o sol desponta, tal qual um rebento,
O coração do homem torna-se esperança.
De quinta grandeza, luz do firmamento,
Traz à enrugada crosta, a energia de criança.
Quando surge o sol, assanha-se a natureza,
Alegram-se as espécies, fazem carnaval,
Desfila o mundo em corsos de beleza,
Num despir momesco, à luz tão natural!
Aplausos e vivas, dirigidos ao Rei Sol,
Num desfile etéreo, com enredo à eternidade,
Ao ignorar ocasos e a romper arrebol,
É a própria apoteose, a esbanjar felicidade...
O que mais dizer dessa imensa estrela,
Onde plasmam tão somente Cristandades?
A não ser, em prosas e versos, bendizê-la
E exaltar tanto esplendor e Majestade!