Desengano.
Quando vislumbrei um amor eterno,
Jamais pensei ser o inferno,
Tão sublime sentimento!
Quando acreditei no eterno amor,
Nem sequer pensei na dor,
Desse amor tomar assento.
Quando entreguei minha vida,
A essa farsa descabida,
Nem para os lados olhei.
Distraído eu fui atropelado,
Sem socorro deixado de lado,
Somente agora do coma acordei.
Hoje, dono de olhar cabisbaixo,
Sinto-me sujo qual o capacho,
Da infinitude do mal que me fiz.
Quando sonhei o amor encantado,
Pensei que faria ao meu lado,
Um alguém, como eu, tão feliz!
E à pelo no tempo vem a realidade,
Desfazendo as crenças de eternidade,
Num galope nefasto, infernal.
O amor de verdade se exprime,
Em extremos agires, quase crime,
Das renúncias à entrega total.