A sacrossanta sede do saber.
As profundezas do poço não se preenche com a pequenez de nossa sabedoria. Há que se curtir ainda, muita sede. Quanto mais aprofunda-se as reentrâncias, mais distancia-se das profundezas dos mistérios. No entanto, não nos é motivo para abandonarmos as ousadias. Mesmo que não encontremos a certeza, muito é válido plantarmos as dúvidas, respostas tem-se a partir de, até inconcebíveis perguntas. Nada é espontâneo, tudo há que ser provocado, acionado. A única certeza que no momento professo é que a criação, de o que alguns chamam “Big Ben”, para os gregos clássicos, o Caos e para o cristão, o que prevê a Bíblia no Livro do Gênesis, tudo isso resume-se para mim, no “Desejo de Deus.” Mas, de repente, fica o nosso entendimento atrelado apenas ao surgimento de uma esfera complexa e flutuante, chamada Terra, mas chega-se ao cozimento de nossos cérebros, o fato de a Terra está para o Universo, assim como a menor fração de um átomo nosso, está para a complexidade de nossos corpos. Alucinante! Por mais que nos adiantemos na linha evolutiva, mais iremos descobrir que navegamos nos planadores dos porquês. Enquanto criatura, no plano terrestre, desconheço algo sem atrito e que, se impulsionado, terá o infinito deslocamento em velocidade constante. Talvez, nesse raciocínio, apenas Deus o seja, mas tal raciocínio ainda frequenta o plano da quimera, visto que a pergunta não é quem é Deus, mas o quê é Deus? Não há o vácuo absoluto e, portanto, não há nenhum ente, de nenhuma natureza, que nessa seara passará qualquer fração de segundo sem atrito, sem resistência, sem sofrimento. Somos Espíritos discentes, nesse excelente educandário chamado Terra, onde vestimos um uniforme chamado corpo, e ante nossos esforços e merecimentos, vamos passando de séries, cada qual com suas notas e conceitos, e dependendo do nível de evolução, até podemos mudar de escola. Deus em momento algum teve a pretensão de nos determinar algo, de nos impor regras, Ele só mostra o caminho, pois de outra forma nos tiraria o livre arbítrio e nem Cristo, nos momentos de sua paixão, agiu diferentemente disso, pelo contrário, pelo Seu exemplo de amor e compromisso, somente confirmou Sua harmonia, em tudo, com o Pai. Nem na iminência de Seu desencarne, Cristo pôs-se contra o Pai, pois, Pilatos ao dizer que tinha autoridade para salvá-Lo ou de crucificá-Lo, Jesus confirmou essa autoridade, pois disse que ela vinha de Deus, assim como toda autoridade vem dEle, no entanto quem a tem, responde pelos excessos em nome dela. Quantas formas temos de abordar essas passagens! Atentemos para o ensinamento, muitas poderiam ser às intervenções divinas, bastaria um pedido do Filho amado, mas tudo se deu, conforme o profetizado. O primeiro ensinamento é não julgarmos o nosso próximo, segundo ensinamento é a importância que cada um de nós temos nos desígnios de Deus. Um tanto paradoxal afirmar isso, mas não tenho dúvidas de que, para que a missão de Jesus se efetivasse, fizeram-se necessárias as existências de Judas, Pilatos, Herodes, dos escribas e de nós, até hoje, em nossas pelejas depurante e evolutivas. Enfim, não perceberíamos e não teríamos necessidade dos dias, se vivêssemos a eterna noite e nos queimaria a retina o arrebol. Às vezes temos que recorrer ao mais intenso silêncio, para afinarmos nossos instrumentos de vida. A estrada é larga e longa, calçadas de “sins” e de “nãos” e ladeadas de anjos e demônios, mas não percamos o rumo, essa estrada começa e finda-se em nós mesmos. Para minha existência, necessito da existência de outrem , seja ele bom ou ruim, nos será contraponto, os atritos necessários que irá lapidar nossos espíritos, se Jesus aqui não julgou ninguém, o fará no tempo certo, no Seu reino verdadeiro, então, quem somos nós para fazê-lo ? Mas por muito tempo ainda, aqui nesse plano, estaremos colocando todos os nossos ferinos instintos em todas as nossas ferrenhas e nefastas sentenças. Quão profundo é esse poço, meus irmãos!!! (RAS)
Enviado por (RAS) em 15/03/2017
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