No teu mar de comodidades.
O teu mar não te carrega,
Tu carregas o teu mar,
Ao destino não te entregas,
Somente ao que te acomodar.
As procelas te afundam
E emerges a sorri,
As ondas te inundam
E nem tentas resistir.
Os momentos te eternizam,
Em nítidas fotografias
E sequer te martirizam,
O que torna-te tão fria!
De percepção holística,
Fazes tudo que te convém,
Ou dizes: - coisas casuísticas!
Ou culpas as forças do além.
Tuas decisões se pautam,
No que bem te convier,
Bons critérios não te faltam,
Vais conforme a maré.
Quantas decisões erradas!
E promessas não cumpridas,
Ações mal acabadas,
Impressões mal resolvidas!
Quantos sonhos não vividos!
Por pensares só em ti,
Quantos desejos reprimidos,
Em tanto nada, investi!
Nesse mar em que tu banhas,
Podes um dia se afogar,
E não terás as manhas,
Das profundezas se livrar
Esse mar que te encanta,
Com o canto da sereia,
É o mesmo que te levanta
E te vomita na areia!