(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


 

O remoer de saudade.


A saudade é como a lava incandescente, 
Que queima o peito da gente
E o peito é vulcão calado e triste,
O coração, o primeiro a arder,
O primeiro a virar cinzas
E depois renascer...

A saudade brota do fundo da alma 
E traz consigo toda fervura, 
Fundem-se todos os sentimentos, 
Como a turba a buscar vazão.

A saudade se expande,
Proporcionalmente, à valia do ausente. 
A saudade encurta o tempo da derrocada do pranto, 
A saudade explode no barulhento liquidificador das reminiscências.

A saudade queima a sensatez,
Remete a alma a sua pequenez, 
Traz de volta o desejo daquele lugar, daquele alguém... ou de ambos...
Daquilo que ameaça nunca mais vir...
E essa distância provoca a abrupta e atômica erupção...

Saudade é vulcão ativo,
Fogo vivo,
Ferida inflamada,
Em pus e lava a se expor, 
Onde outrora florescia 
As sementes das frondosas alegrias.

A saudade é tão triste...
A arder ela persiste,
Nas lembranças... em canções... 
E se a ausência ainda insiste, 
Se é de alguém que aqui ainda persiste, 

Tolas são suas razões.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 31/01/2017
Alterado em 06/10/2023


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