Entre os roxos-mórbidos lábios da noite! E a noite chega, tal qual abstinente fumante E traga, saborosamente, o dia em desmedida baforada! Mais um xis marcado... mais uma folha virada... Sonhos engolidos entre alvas e cancerígenas fumaças... Chega-se, de ânsia, engasgar-se... Nos entrementes pigarros, a vida continua, como a lua, minguante... Pois, eis que a noite solta mais um dia pelo nariz, Vagarosamente... ante um olhar disperso e incauto, A fumaça se dissipa e desperdiça-se o precioso tempo... E o tempo se definha nos instantes, Em pneumáticas manchas escuras, sufocantes... Até então vendidos como “king size” e sabor hortelã, Mas na verdade, engendrado de nostálgicas e tóxicas substâncias, Que acesas, embaçam os sonhos e turvam possibilidades... Tal como nuvens passantes, tão prematuramente evaporam-se! E são novamente levados à boca da noite.. E, sistematicamente, viram cinzas, apenas mal cheirosas cinzas, Que nem de Fênix são dignas. (RAS)
Enviado por (RAS) em 12/12/2016
Alterado em 26/06/2020 |