Frágeis, extremamente frágeis!
Quem sabe um amor, que não se desfarele ao vento,
Que encontre, em si mesmo, o alento,
E que seja maior que uma dor...
Quem sabe um amor, que não se dissolva no instante,
Que nunca se julgue o bastante,
Que seja vivido com ardor...
Quem sabe um amar, que entenda que tudo é fugaz,
E seja, no entanto, capaz
Da demente razão desviar...
Quem sabe um dia alguém, de Quixote herda a loucura,
E o amargo transforme em doçura,
Ou em sabores que os amores têm...
Quem sabe um dia os intensos amores,
Em suas essências calientes,
Triunfantes em cúpulas de flores,
Se façam, de vez, resistentes...
Quem sabe corações nobres e valentes desembainhem a coragem,
Para livrarem-se de vez da roupagem,
Que limita e controla os aqui sobreviventes...
Quem sabe?