Um Planeta Pedagogo.
Ah mundo!
De serpentes e feras, de fantásticas quimeras, de indômitas procelas, de tão rude habitat!
Oh criatura!
Que tanto se engana, rasteja, suplica e deseja com gana, a força maléfica, suja e insana, com a qual, o seu próximo vai atacar.
Oh jardins!
Infestados de carnívoras flores, o reino do mal, a mansão dos horrores, de seres cativos, corpos indolores, marcam domínios com dores e maldades.
Oh selva!
Fechada em provas e depurações, que amansa selvagens e vis corações, que se juntam e formam beligerantes nações, que celebram o culto à vã mortandade.
Oh seara!
Mãe da soberba e triunfo das gangues, de chão lamacento, regado a sangue, de horrível aspecto, tal qual a de um mangue, a eterna acolhida do alcance da dor.
Oh Terra!
Planeta cenário da aventura humana, de onde um odor de morte emana,
onde prevalece o afã pela grana, túmulo caiado em que jaze o amor.
Esplêndido altar!
Onde a vida se faz sacrifício, onde a morte é um artifício, nunca o fim – o justo reinício, dinâmico ciclo para a conversão.
Oh Terra!
Tão didática e do Espírito escola, que à sobrevivência as almas arrola,
Que como cordeiro os homens imola, vereda perfeita para a evolução!
Terra!
Dos erros o celeiro, mãe da redenção, lar de aventureiros de velas e trelas na mão, uns trapaceiros, outros devoção, mas todos guerreiros, a transporem vespeiros, buscando de tudo a razão... e a razão é viver a Verdade, que através da eternidade, chega-se à sublimação, em franca sintonia com a divindade, já em rota da perfeição.
Terra! Tão pedagoga! Digna de todas as maçãs...