Memórias de um natimorto amor.
O céu impotente se turva, no descolorir de um sonho
E a covardia se curva, ante conceitos medonhos!
E o que se viu sagrado, hoje se vê profano,
Tão largamente jurado! Só que por baixo dos panos.
Muitas vezes por ser absorto, negligente com o “indescuidável”’,
Faz-se o amor nado-morto, fim precoce, incontestável!
Como matam-se os amores? Na verdade, amor não há,
Apenas purgam-se as dores, até o amor matar.
Há que se ter coragem, para em frente levar,
Na sua mundana bagagem, o sacro direito de amar.
Assim prospera a mortandade, do mais nobre sentimentos
E com ele jaz a felicidade, suscitando o sofrimento .
Amor que jamais existiu, facilmente derrotado,
Mantido em discurso vil, de um eterno lado a lado.
Pseudo, natimorto amor, tão sem graça brincadeira!
À tiracolo o dissabor, da covardia derradeira.
Não resiste com discursos, alicerça-se no agir,
As palavras no seu curso, só tem dom de iludir!
Por um amor não assumido, hoje curte-se um trauma,
O amor pra ser vivido, ex-amor,
Tem que ser de corpo e alma.