Até quando?
Noites de serenos, saraus, noites de almas sem norte,
Avessas ao medo da morte, altas noites, altos mares...
Mares inanes de amores
E mergulha-se nas procelas de dores do em vão.
Noites contumazes infindas, raramente lindas!
De ilusórias conquistas, ofício de piratas loucos,
Aos quais bastam-lhes os runs...
Noites seresteiras de boêmias travessias,
Em mares de perdição.
Ah, coração! Nau aventureira! Sem eira, nem beira,
Em busca daquele porto...
Nas procelas absorto, da nefasta solidão.
Noites de serestas, saraus, verdadeiro ode ao caos!
A nau no breu adentra, as velas a brisa aventa,
Sangra o vazio coração.
Noites sinistras de batalhas por tesouros,
Tesouros que se enterram... divertida a conquista...
E haja rum!
A nau flutua ao léu, sob as estrelas do céu,
Tipo uma taberna flutuante...
E sobre os mistérios do mar, envolta no escuro véu,
Engana o ébrio navegante,
Na noite de escarcéu e tormentoso flutuar,
Lá se vai a nau perdida, lacrimogênea a marejar.
Noites que rasgam a solitude com runs e badernas...
Alma em súplica...
De tesouros afanados...
Das jóias aos porcos jogados...
Por que noite, és infinda e triste só em mim?