A imagem de Deus.
Os cenários independem de mim: Pretéritos, atuais, futuristas... meros certames... Mas independem de mim. Regras? Delas não abro mão, serei sempre eu a ditá-las, Pois, eis que serei eu sempre a cumpri-las. Humildade é também reconhecer seu protagonismo E não buscar arrimos para seus desvarios, nos castelos alheios.
A mesma aridez solar que o assola, que o leva ao delírio E lhe impõe miragens, É a mesma que incide do lado de uma rocha E do outro projeta-lhe sombra. E na inércia geram-se os lodos. Cenários são as eras a se revezarem... E existem, tão somente, para os homens encolhê-las ou esticá-las. Cenários que vão além das pelúcias e bijuterias... Além do imaginário... Cenários vivos, onde caem as noites e lhes sucedem as auroras, Onde o pequeno ponteiro marca segundos ou eras. O tempo é carrasco das esperas, predador dos desejos, Repelente dos sonhos, Guardião e forjador da pertinaz lâmina dos descuidos! Cenários independem de mim... Se semeio certezas, colho certezas maduras e doces, Se procastino, eis que até as certezas, de vez, apodrecem! Independem de mim os cenários... Como independem! Sou eu a assentir ou não a noite, Sou eu quem acordo ou não para o porvir, Sou eu quem matizo, ou não, de esperança o tablado, Ou, sonso, me deito em sua rede de embalar desperdícios. Sou eu quem escolho o jogo de luz que vem da ribalta, Eu sou o prólogo e o epílogo, o senhor dos entrementes Sou eu o dono da cena. Sou astro que sobe ou cadente estrela. Prazer! Eu sou... O Homem! (RAS)
Enviado por (RAS) em 13/06/2016
Alterado em 07/05/2019 |