Os porões das almas.
"Quando é dado ao homem o sacrossanto cadinho
da plena liberdade, é profético, por ser histórico:
ou ele se perde, ou ele se trai. Na verdade ocorre
muito mais, nele emerge o previsível reino da
soberba e o fatal império da intolerância, a
derrogar-lhe a ética e, no fundo, mata-se-lhe a
essência, sucumbe-se-lhe o caráter e, assim, é
deveras lançado, pela própria ardileza, o homem,
aos seus previsíveis e profanos escombros,
os quais nada mais são, que as manifestações de
beligerantes instintos, ainda nos primórdios do
seu raciocínio.
Por muito tempo ainda seremos almas errantes, passantes, implicitamente a clamar por algo que nos balize.
Somos ainda, na verdade, tais quais filhotes de animais desajeitados, sendo, pelas eras, alados e à cata da altíssima angelitude.”