O coração que ama...
Um coração que ama
Não fragmenta a razão do seu amor.
Num coração que ama não há nitidez,
Ama o embaçado, o mistério, o fantástico !
Para o coração que ama, o amor é sistema em chamas,
Tal qual olhos lacrimejados a mirar o ser amado,
Num inesperado, mas inevitável momento do adeus.
O coração que ama o faz na totalidade, na síncope,
Na turva e misteriosa epopeia humana.
É como o sol que a tudo aquece, imenso, mas findável...
Um coração que ama, se perde...
Permeia entre as ardentes chamas e sorri.
Rejeita o resfrio, o mornar-se:
Se lhe resfriam, que sejam minúsculos os pingos,
Pode ser a gota d'água...
Pode ser a gota d’água...