(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

A última fronteira (em busca da Verdade).

Das noites em claro, não sabeis se vos são perdas ou ganhos.
Mergulhos profundos ignoram os efeitos da pressão, à busca da Verdade...
Mergulhos inúteis, pois a Verdade flutua.
Se sedes profundos estouram-se os tímpanos
E não podereis ouvi-La
Mais profundo e esbugalham-se os olhos
E não podereis vê-La ...
Mais profundo ainda e esvai-se todo  o sangue
E não podereis pulsa-Lá .
E enfim,  galga o Espírito, inocuamente .
Tudo como nos contos dos cantos das sereias...
“Não se ama  o que não se conhece.”
Assim, a busca da Verdade consiste no externar o vosso “eu”.
O “eu” está no vosso avesso e, por sinal , bem avesso estão  às necessárias e lapidadoras dores.Comum e covardemente afugentam-se nas profundezas do vosso ser.
Esse “eu” desconhecido e mal-amado por vós, não consegue de tudo ser amor,
Se não vos amardes, não podeis amar ao vosso próximo 
E viver-vos-eis à margem da Lei Natural.
Por isso o providencial e consolador ciclo das infindas existências ,para que vos aprendeis a sentir e almejar sempre a Verdade.
Mas a Verdade é uma Luz tão esplendorosa, tão fulgente que queimaria os vossos olhos...
E o Espírito passou por existências tão complexas, que se nega a crer em simplicidade, que em muito difere-se do obtuso simplismo.
A Verdade flutua. As outras verdades se vos afundam, qual o canto mavioso das sereias.
Já na falsidade morre-se, arrebentam-se os tímpanos, esbugalham-se os olhos...
Atravessar os tantos mares é tão simples!
No entanto, misteriosos eles  se fazem nas suas imensidões, nas solidões e escuridão de seus altos.
Fazem ínfimos os navegantes que se perdem ante as quiméricas entidades,
E se assombram com os reinos e os aquíferos súditos de Possêidon .
Então a viagem é longa... Muito longa...
De consolo, apenas os estrelados céus de constelações guias e a companhia de semelhantes céticos ...
Falta a fé na busca da Rota, qualquer tola  tempestade desvia a embarcação 
E desvirtua o covarde tripulante , já navegante em setenta vezes sete travessias
E mesmo assim, ainda tão parvo!.
Um dia chegar-se-à próximo à Verdade, quando o viajor por si só for capaz de flutuar e fazer suas travessias nas velas do desejo e no leme do incondicional amor. De reles marujo tornar-se-á o navegante o merecedor argonauta à caça do Vale do Ouro.
A fé erigirá  faróis,  o pensamento a nau será 
E o homem flutuará na sua leveza bem próximo à Verdade
Que fica bem acolá  da última fronteira, que nada mais é que vós mesmos, 
Ó criaturas incultas, incautas e de pouquíssima fé!
(RAS)
Enviado por (RAS) em 15/09/2015
Alterado em 27/04/2019


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