Assim navega a Espiritualidade.
Se a tudo pudéssemos responder que monótono seria o viver... O que realmente nos move e nos leva a ansiar um amanhã ? São as carências e vazios do hoje e a eterna caça de seus preenchimentos e paliativo na turva selva do porvir.. E assim temos um corpo denso , um denso planeta, densos cenários ... Neles plasmam-se a matéria, o espírito e toda uma gama fervilhante e confusa de sentimentos, emoções e pensamentos... Qual uma nau à deriva em atormentadas águas, estamos aí a remar nas eras, perdidos, em busca primeiro de um leme e depois de um piedoso Marujo que assuma esse leme com aptidão e amor e capaz de mudar cenários , de serenar os nossos mares, mas aflitas mesmo são as nossas mentes. Essa epopeia terrestre se extrema entre o que é de César e o que é de Deus, em ondas gigantescas, arrasadoras, mas sempre instrutoras. Se naufragamos nos esperam Atlântidas socorristas e regeneradoras , para emergimos cada vez melhores. Certo é que sempre estaremos em águas revoltas, de variadas temperaturas, mas sempre salmoiras, jamais doces, enquanto mares , às vezes rasas, muitas vezes abissais... Há que se flutuar muito bem, para se conseguir as Atlântidas, que outrora foram ilhas, tendo também que flutuarem para evoluírem ... Lendárias? Sigamos vigilantes! Então chega-se à conclusão que mais importante que o aportar é a procura incessante do porto. Então busquemos as suportáveis marolas, fujamos das enojadas , entremos no balanço das ondas até que Poseidon nos cuspa. Deus no leme, ledo engano! O leme é nosso. Naveguemos à nossa maneira, nas nossas escolhas. O que Deus faz é nos dar tempestades e bonanças para entre elas e nelas aprendermos a melhor, mas não a definitiva forma de navegar. As adversidades se nos apresentam como provas para que demonstremos nosso amor, nossa fé, nossa coragem, nossos desejos e também defeitos e nos são oportunidades para sermos felizes, capazes e senhores das espécies. Mesmo na solidão em alto mar, haverá um céu de estrelas e dias de sol, gaivotas e vidas marinhas e paisagens fantásticas é muito mais que não conseguem captar os nossos distraídos olhares. A distância é imensa entre a nau e seu Deus, ao mesmo tempo a nau é templo flutuante de Deus. Viva as dualidades! Viva o livre arbítrio! Viva o infinito garimpar da perfeição, pois o próprio garimpar já traz consigo o que nem com o mais puro diamante se pode obter, que é no constante batear, o nosso lapidar. Viva! Atentai para os variados cardumes trazidos pelas orcas e tubarões e, similarmente, aos degredos implícitos nos fascinantes cantos das quiméricas sereias. Utilizai os gajeiros e dê-lhes potentes lunetas . Evite as avarias irreversíveis, construam seus faróis. Vigiai marinheiros de tantas viagens!
(RAS)
Enviado por (RAS) em 28/08/2015
Alterado em 28/08/2015 |