Entre flores, floretes - A outra face de um crepúsculo.
Então saio de ti sem conhecer-te
O que veio flores para mim, foi-me floretes,
Só o perfume inebriante do engano,
Resistente e insano ainda perdura.
Então saio de ti sem mais querer-te,
Não mais a tenho inserida nos meus planos
Eficiente foi a tua armadura.
Tudo é lindo, enquanto tudo se é flerte,
O tempo perdido se encarrega da amargura.
Ó cupido, quão difícil é entender-te!
Foste o sol que irradiava alegria,
E as auroras invadidas de esperança,
Hoje esse sol é o mesmo que irradia,
As picardias nas quais o fim avança.
Um triste fim, sorrateiro se fazia,
Entre os gumes, perfumes e lanças...
O coração, de ilusão inflado, esvazia...
Chuvas de dores desdenham bonanças.
Foste flores anunciando tanta vida!
Foste sonho prometendo apenas paz,
Hoje és florete brandindo despedida,
No meu peito, onde agora, és tu quem jaz.