Ausente o amor.
Quando sucumbem os amores
Enterram-se as flores,
Espanam-se as cores,
Espalham-se as dores
Silenciam-se os bobos da corte.
Então o coração entristece ,
O mundo adoece ,
O fogo não aquece
E mesmo em prece
Tudo é prenúncio de sombras e morte.
Lá da janela dos fundos
Eu vejo o mundo
Em desgosto profundo,
E a cada segundo
O desgosto profundo fica ainda mais forte.
Quando maltratam o amor,
A vida perde o sabor,
O céu perde o esplendor,
Nem o sol tem mais calor
Tudo enfim, sem amor, rende-se à má sorte.
Quando o amor se vai,
Triste a estrela cai,
São Jorge da lua sai,
A Terra o dragão atrai
E o coração se depara, com o mais profundo dos cortes.