Desenganos.
Eu cri nas mesmas asas que Ícaro. Eu me rendi ao mais doirado, mas sofístico cálice E dele provei o amaríssimo conteúdo. Tomei a rosa incautamente pelas pétalas E ignorei os espinhos . Embriaguei-me com o dulcíssimo vinho Sem pensar no dia seguinte. Eu quis tornar sagrado os meus desejos profanos, Quis ter o céu, no meu coração tão mundano! Tive na boca o recém recolhido favo de mel, Sem ater-me aos ferrões das selvagens abelhas . Encantei-me com um sorriso, Sem sondar o coração. Era profundo o palco do canto da sereia... Era vidro o diamante... O veneno sempre estará nas maçãs mais viçosas. As decepções nas juras do eterno amor. E as ilusões emergem das misteriosas profundezas, Onde se ocultam os profusos encantos da alma De uma inebriante mulher! (RAS)
Enviado por (RAS) em 07/05/2015
Alterado em 08/04/2019 |