Traumas.
Quando eu voltar aqui, eu quero vir,
Mas como tanque de guerra blindado,
Dando tiro pra todo lado,
Desprovido de emoção.
Ninguém verá o meu rosto
E muito menos meu coração.
Quero viver sem desgosto,
Destruidor, dilacerante,
Como o tiro de canhão.
Quero ter mobilidade
E como anfíbio comportar,
Se me cercam, então, por terra,
Eu me lanço em alto mar.
Quero ter dura couraça
Avançar no peito e na raça,
A desviar-me das metralhas da ilusão.
E quem sabe ser até condecorado,
Por ter bravamente lutado,
Pelo lado da razão?
Assim eu não serei mais destroçado,
Apesar de atacado,
Pelos cantos, pelos lados,
Pelas garras da paixão.