Aquele lugar.
Aquele lugar, idealizado pelos amantes, torna-se
ninhos perpetuados, nos andores de suas
lembranças.
São roseirais floridos, perfumados e de matizes
mil, onde uns têm o pueril balanço, o banco juvenil e a cadeira de balanço senil...
Aquele lugar bucólico em que só os amantes
constroem, nos seus férteis imaginários.
O lugar mais simples, onde os amores, mais que
as flores, se espalham e se expandem...
O lugar onde, quem frequenta, simplesmente flutua,
sem o peso, às vezes desnecessário, da realidade.
O amor ala os amantes, em seus sonhos etéreos.
Há amores que se sobre humanizam, enlevam e
transcendem...
Naquele lugar vige a maciez, junto à precisão da
perfeita temperatura, onde os corpos se perdem
e se prazem nos infindáveis e incansáveis afagos.
Aquele lugar, onde plasmam todas as formas de
amores.
Um santuário de raríssimas aves, de amores sublimes e asas suaves... delicadas... silentes...
E ali, naquele lugar, aves de asas tecidas pelos mais
nobres e puros sentimentos pousam e se aninham
e perpetuam seus, aqui, inenarráveis desejos.
Então as repentinas revoadas sincronizadas,
intermitentes e alvoroçadas prenunciam a chegada
da fenomenal e inevitável transmigração, na qual
a distância e o tempo não se medem, não machucam e nem separam...
Onde a natureza abriga, participa e sublima o amor,
Nesse lindo e infindo ir e vir dos eufóricos voos malucos de pássaros loucos...