Sobre amor e desamor.
Um amor verdadeiro, deste mundo, diga-se de passagem, é o amor entre Julieta e Romeu. Aquele amor que transcende, que não deixa dúvidas. O amor verdadeiro enfrenta as adversidades e ignora valores, princípios e ritos impostos por homens. No amor verdadeiro caem-se as máscaras e sofre-se pela sua magnitude e prevalência, ajeita-se tudo e o tonifica a cada abstáculo vencido. Por fim, um amor verdadeiro não se acovarda, antes opta-se pela cicuta. Já a paixão é gerada nas carências diversas do homem, carência afetiva, de posição social, suprindo as necessidades e instintos humanos. Esse amor inflamado cessa no primeiro saciar de um dos envolvidos, ou na percepção que o outro não lhe satisfará mais nas suas necessidades e simplesmente acaba, sendo que ambos têm a consciência que isso pode acontecer, a qualquer momento ser esquecido e, na verdade sabe-se pela vasta literatura do gênero, que nem perdura tanto essa paixão. É o amor um sentimento em que os dois seres vivem uma cumplicidade e o desamor é ausência dessa cumplicidade por um dos envolvidos ou por ambos. No entanto, há outra situação que é inusitada, morna e inaceitável, por qualquer ponto de vista, que é o abandono de um amor por pura covardia, puro egoísmo, sem sequer deixar respostas, numa fuga inócua, pois sempre ficará a sensação que faltou algo. Esse caso não não se trata de amor, nem desamor, é pura perversão, uma infelicidade cultivada por alguém que só ama e tem noção de si mesmo. Torna-se um ser de manuseio extremamente fácil, numa tremenda falta de personalidade. É tão desnatural que o perdão pode nem vir, talvez ficando para sempre, para uma próxima existência. (RAS)
Enviado por (RAS) em 14/03/2015
Alterado em 14/03/2015 |