(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

O benefício da dúvida.


As doces lembranças alimentam o pernicioso sentimento a ser banido, esquecido, sufocado.
Um sentimento lindo que tornou-se marginal... Mas que havia a chance de ser dígno..
Suas lembranças são de maravilhas divinais, encantadas...
Sonhos, quantos sonhos "acordados", na duplicidade do vocábulo.
Os dias brilhavam e as luzes noturnas radiantes eram acesas por tanto amor...
E inflamavam os olhares e desejos que se faziam com entregas plenas, intensas...
Nada, nada ao arredor...
Justo é o afronto desses corações que descumprem a fria ordem de esquecer, mesmo distanciados.
Submetidos às torturas medievais nos porões das Santas Inquisições, as mais cruéis, com uso do fogo do vazio ardente e dilacerante.
Surgem as incertezas, a falta de respostas dos céus e de todos, um triste e total abandono, insuportável, que em noites intermináveis chegavam às raias da fatalidade ou da loucura.
E, no entanto, não se sabe se há benefício no fim e nem mesmo se há fim para tanto amor.
Mas certo é sua condenação, sem a prévia, devida e necessária defesa... 
Sempre ficará a sensação de que algo não foi feito, que poderia ser de outra forma.
Se houve um pouco de verdade em tudo, aí o coração sorri, quase na certeza de ainda ser querido.
Foi tudo tão fascinante, mas tão fascinante, que chego a crer que não foi planejado pra ser vivido aqui.
(RAS)
Enviado por (RAS) em 05/03/2015
Alterado em 05/03/2015


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