Somos tão frágeis...
Não me questione se onde fulgem os amores É protegido da cruel desilusão, Pois nem os santos no altar de seus andores Estão livres de uma queda até ao chão. Não me questione se onde os corações se entregam É escondido das friezas da razão, Pois à frieza da razão punhais se agregam E cortam o fio da meada da paixão. Não me questione se onde fulgem as paixões Pode aninhar a pureza de um amor Pois é assunto mais afeto aos corações, Que passionais já são treinados para a dor. Não me questione as razões do coração, Pois já nem sei se a razão aí vigora, Se o amor é construído sem razão, A paixão o coração tolo devora. Meu coração, sem noção, sempre abusa Indiferente ao que estou a lhe avisar, Depois ferido, arrependido me acusa Das trapaças desse mundo descuidar. Coração sempre levado e sem jeito, Meu desafeto quando o caso é sentimento, O causador de tantos males ao meu peito Merecedor das dores dos meus sofrimentos. Coração, coração! Por favor dá-me mais tempo, Pois não é tempo de outra vez se apaixonar Espero nesse necessário entretempo, Meu coração ser convencido sossegar. (RAS)
Enviado por (RAS) em 27/02/2015
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