(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Somos tão frágeis...

Não me questione se onde fulgem os amores
É protegido da cruel desilusão,
Pois nem os santos no altar de seus andores
Estão livres de uma queda até ao chão.

Não me questione se onde os corações se entregam
É escondido das friezas da razão,
Pois à frieza da razão punhais se agregam
E cortam o fio da meada da paixão.

Não me questione se onde fulgem as paixões
Pode aninhar a pureza de um amor
Pois é assunto mais afeto aos corações,
Que passionais já são treinados para a dor.

Não me questione as razões do coração,
Pois já nem sei se a razão aí vigora,
Se o amor é construído sem razão,
A paixão o coração tolo devora.

Meu coração, sem noção, sempre abusa
Indiferente ao que estou a lhe avisar,
Depois ferido, arrependido me acusa
Das trapaças desse mundo descuidar.

Coração sempre levado e sem jeito,
Meu desafeto quando o caso é sentimento,
O causador de tantos males ao meu peito
Merecedor das dores dos meus sofrimentos.

Coração, coração!
Por favor dá-me mais tempo,
Pois não é tempo de outra vez se apaixonar
Espero nesse necessário entretempo,
Meu coração ser convencido sossegar.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 27/02/2015


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