Tudo tão mundano...
O amor é declarado perfeito no exórdio
Mostrando a sua imensa abrangência,
Depois torna-se o prelúdio do ódio,
Que de tudo decreta e leva a falência.
Aproxima-se o vazio, o frio, o sofrimento,
Noites em claro, dias mais lentos...
E um olhar perdido
Procura respostas sinceras,
Por entre as feras da desilusão,
E as feras nada esboçam,
Apenas se coçam,
Ignoram os porquês do infeliz coração.
E tudo fica triste,
Com o dedo em riste culpando você.
Cortado o coração resiste,
Tanto e tudo que insiste,
A pobre alma esvaecer.
As horas são suplícios,
O amanhã um precipício,
Sem um chão para se pisar.
Seca-se do mar, os mistérios,
Solta-se aos céus, impropérios,
E ora-se, enfim,
Para o mundo, de pronto, acabar.