Lembranças.
Vem-me à mente os momentos ardentes,
Do pungente, quase demente amor.
Vem-me à mente os encontros latentes,
Envolto de ânsia e ardor.
Vem-me à mente lembranças recentes,
Da gente em sonhos lindos perdidos,
Enquanto que desejos frementes,
Eram, sofregamente, de carícias saídos.
Vem-me à mente, a gente indiferente,
Se amando impunimente por aí,
E vem-me à mente furiosamente
O porquê tão inexplicavelmente,
Tudo acabou extemporaneamente, assim.
Hoje um vazio vem-me à mente,
A acusar-me, loucamente,
Que um tempo premente em mim se instalou.
Esse vazio é agente, como o é, do veneno, a serpente,
Agente inoculado bestialmente,
Que impiedosamente, extingue um imenso amor!