(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Amargo amanhecer.

O amanhecer se faz com o indesejável soluço de um vinho mal tragado,
De um brinde de um dia que se nega a raiar,
Como se ingerida a esperança entre goles revoltosos, a grisar a aurora.
É tudo como o amanhecer terrível de um velório, onde o finado é, de forma abrupta, o dito imenso amor.
Ali se fazem presentes, perdidos, todos os sentimentos condolentes, inconformados.
Noite longa... O aroma da dama-da-noite persiste a caracterizar o lamentável objeto do evento.
O pálido amor ali inerte, estirado entre velas acesas de uma débil mente aguarda os ritos finais,
Enquanto o coração triste o vela, na esperança de um suspiro improvável, mas por demais querido!
Imenso e dorido dia, jamais vivido...
Os olhos ardem e o coração dilacerado e inconformado quer ao lado do inseparável amigo ser enterrado,
A tristeza se estabelece na constatação do definitivo desfecho, em prantos inevitáveis e suntuosos.
Foi tão cedo!
Mas há quem diz que demorou.
(RAS)
Enviado por (RAS) em 08/02/2015
Alterado em 08/02/2015


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