Surpreenda-me se puderes.
Ah, como eu queria a todo o momento ter prova de minha rabugice; Como eu queria uma chuva de fatos novos incandescentes e decentes a precipitar sobre a Terra e a invadir minha intrigante e arrogante mente; Como eu queria ser surpreendido por um novo cheiro de flor, por um novo sol... Como eu queria degustar o vinho de dulcíssima uva, sem, no entanto, prejudicar a incapacidade de meu corpo produzir insulina; Como eu não queria jogar jogo de cartas marcadas e não pressentir as ações sujas dos homens perante ocasiões e oportunidades que lhes são confiadas, como eu queria que o “Superman” surgisse e os aprisionasse de vez, e com eles a minha empáfia e o meu pessimismo. Inocente esse “Superman”, nossas prisões são o Éden e ainda pode-se fugir e voltar a qualquer hora; Ah, como eu queria que formasse no céu uma tempestade de pronomes pessoais na primeira pessoa do plural, mais conhecido como “nós”, que encharcassem todas as frases ditas e grafadas pelos egocêntricos homens; Ah, como eu queria ser contradito e contagiado por comportamentos sinceros e portanto imprevisíveis, leais, confiáveis, despido de falsidade, sazonalidade e oportunismo; Ó chuva de justiça e amor precipite qual granizo pontiagudo perfurando o crânio dos homens e represe em seus corações volúveis e infiéis; Ah, como eu queria ser invadido e tomado pela Boa Nova e ser menos mundano. (RAS)
Enviado por (RAS) em 06/09/2014
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