Resiliência em dulcíssimas águas.
As águas turvas desfilavam lentas na sinuosidade do misterioso leito... Num curso de rios, as águas nunca mais serão as mesmas. Ali nadei como Tarzan por toda a minha mirabolante infância, Enquanto o vô Vicente mirava com um chicote a minha magérrima "poupança". Canoas navegavam cheias de areias finas, médias e grossas, Carrancas e Iara as protegiam dos temidos Caboclinhos D’Água. Serpentes nas enchentes povoavam a sua orla fecunda, E vinham como peixes para os arrastões dos meninos pelados. Fieiras de “molinas”, acarás, traíras festas anunciavam... E pás que atuavam incansáveis nas úmidas bancas de areia. Formavam-se prainhas de areias brancas em suas beiras rasinhas, Onde aprendi dos ledos enganos me livrar sozinho, das locas dos caboclos... E que não há momento certo para Deus orar. Correntezas, profundezas na beleza de Iara a nos atormentar. E junto ao Paraibuna o meu tempo de criança eu buscava outro mar. Hoje em mim saudoso trago um imenso rio de saudáveis lembranças Feliz em flutuar em águas turvas, docentes, frias e mansas. (RAS)
Enviado por (RAS) em 14/08/2014
Alterado em 23/03/2020 |