(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


Trivialidades.   

     Materializam-se meus méritos na positividade e eficácia de minhas ações, afora a soberba e o egoísmo, excetuados pelos valores por mim retidos e pelas lapidações de experiências outrora vividas. Diz-me a minha consciência que a todas as medalhas, loas e honras faço jus, num constante agraciamento, que se revela nos doces e leves adormeceres meus.
     Medalhas, loas e honras também pesam ao inflar-nos o ego e os seus tilintares nos leva a um patamar inexistente, aldeado de ilusões, onde flutuamos e donde fatalmente, em dado momento, despencaremos sem um atrito sequer a nos poupar do impacto com a fria e sólida realidade. Menor será a consequência do tombo, quanto menos pesada estiver nossa consciência, quanto e tanto mais fluídica e desprovida de matéria forem as consequências, os resultados, as reações às nossas ações.
     Reconheço os meus méritos ante os “bons dias”, boas tardes”, “boas noites” e “olás”, com sorrisos abertos daqueles que por mim passam e se comprazem nisso.
     Há tantas medalhas, loas, honrarias para as quais tapam-se os ouvidos, viram-se os rostos e cerram-se os olhos... há tantas medalhas que, ou há que se descobrir um novo material mais valioso que o ouro, para a confecção das próximas, ou mais critérios para dedicar as recorrentes.
     Há mais medalhas que méritos por aí, tanto que corre-se o risco de agraciar alguém com o molde...
(RAS)
Enviado por (RAS) em 31/05/2014
Alterado em 05/05/2020


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