Ausência de plumas...
À sempre minha Dalva.
Ai que vontade acessar o caro copo de uísque dos ricos!
Gelos a tilintarem e a misturarem seus brancos com o forte amarelo do malte.
Ai que vontade pagar pra ouvir Bethânia...
E com seus ais sustenidos e dó maior de mim
Atingir-me com suas verdades contundentes e forças invisíveis
A quebrar meu copo,
A fragmentar meu gélido e abstinente corpo.
Ai que vontade juntar esses meus cacos, enquanto grito minhas verdades - iminentes lavas!
Minhas convenientes, tácitas verdades,
Vontade expelir e esvaziar-me de tão sufocantes sentimentalidades...
Que à plêiade amiga poderosa somente confesso.
Ai que vontade poder fazer meus próprios momentos,
Soltá-los à mercê das tempestades e ventos,
Sem ritos, remorsos, quebrantos e medos.
Ai que vontade ouvir Bethânia
Assanhar meus Santos,
Purificar os cantos que frequentemente frequento e canto
E de quebra
Exaltar o meu bem...
Ai que vontade tomar da dose de doze anos dos ricos
E elevar-me à categoria dos deuses
E nunca mais temer revelar a ti, meu amor,
O quanto que tanto te amo.
Ai que vontade de às vezes de fininho sair daqui de mim...
E, incontinentemente, me explodir em você...