Reticências...
... E cravar em ti, naquele "enquanto isso", meu longo beijo de sim para eternidade, que se faz naquele instante em que a vida nos diz não...
...E explodir de cores momescas a noite proibida, na alegria do debandar de pássaros livres, numa espécie de voar por instantes no fantástico, onde a verduga realidade passa longe com suas irritantes verdades...
...E curtir o aconchegante oásis de dotes generosos, mormente sua água fresca, qual um delírio ou miragem,que com seu frescor invade minha seca e sedenta boca e nas sombras de suas acolhedoras tendas prazem-me.
...E por fim soltar o grito despudorado e represado do êxtase de sonhos frustrantes... Beirar a morada das estrelas com visões instantâneas dos entrelaçares mirabolantes de flashes e fachos de luz neon a transpassarem as serpentinas e papéis picados... E num relampejar, eternizar a tão fugaz felicidade... E retornar, num brusco e rompante desligar, para as entediantes e infindáveis esperas que, ausente você, torna a oração sem sujeito, sem graça a vida... E a saudade se faz verbo, impiedosamente dilacerante, enquanto meu agonizante coração suplica os afagos de, como sempre, um novo e inesquecível "enquanto isso"...