Ensaio de almas.
Almas rumam ao ensejo
Guiadas pelo desejo
Só nos encontros saciadas.
Rumam almas ao improvável,
Desprezando o razoável,
Qual estouro de manadas.
Almas rumam para os ninhos,
Cientes dos desalinhos,
Se buscam apaixonadas.
Rumam almas ao léu,
Rasgando o tênue véu
Que separa o tudo do nada.
Almas rumam salientes,
De rumo certo carentes,
Pelas desditas visadas.
Rumam almas aos prantos,
Se entregando aos encantos
Dos cantos das madrugadas.
Almas rumam ao Além,
Eis que lá pelo menos ninguém
As julgarão desalmadas.