Dama.
Leva-me ao céu os seus olhinhos de águia, Onde se joga um carteado astral, São cheios de ases seus blefes de sábia, Que vem da estirpe de dama real. E vem de azul o rei dos seus sonhos, Que foi seu escravo em tempos distantes... E vem sacudir os seus dias medonhos, Qual vento assanhado de sopros errantes. Aposta no amor e descarta seus ases, É seu o rei de naipe que pulsa, Espadas e paus e ouros fugazes, A fartura de escolha o senso aguça. E há tantos reis e valetes no jogo... E sou rei que detesta a espada embainhada, É normal o meu amor de tanto pegar fogo, E surgir nesse jogo cabeças cortadas. Se cartas marcadas se espalham na mesa, É hora de outro baralho cortar, O baralho novo, além da beleza, Motiva a nossa estratégia mudar, Mas seus olhos de águia são pura esperteza, Em que vale a pena a vida apostar. É um jogo em que a dama veste realeza, E obriga o seu rei lhe reverenciar. E a dama é pedra, é carta e é mulher... Nos jogos da vida a se revelar, Às vezes é jogada de modo qualquer, Nos braços de quem sequer sabe jogar. (RAS)
Enviado por (RAS) em 10/06/2013
Alterado em 19/03/2019 |