Sobre-existir.
Eu queria ter o eficiente elixir que lhe entorpecesse, Para que eu na sua involuntária inconsciência lhe injetasse, sem o doer natural, A minha intensa e desajeitada paixão, Numa espécie de transfusão de tipo positivo esquisito, Que a sua lucidez dispensaria, Mas que o seu sedento desvario insiste em receber. Achar-lhe a difícil veia, via pela qual a doação exauriria e lhe infestaria desse meu insano e grudento amor, Tão visceral! E ao qual não bastam somente os seus sentimentos: Há que ser simbiótico... E quais rêmoras e orquídeas parasitas, eu quero estar eternamente agarrado a você! Minha sobrevivência! Onde pulsam minhas atividades vitais, Onde ocorrem essas maravilhosas e místicas trocas de essências. E se a isso não sobrevivermos, que sobre-existamos! Pois saibam que é tão bom que paradoxalmente dói...
(RAS)
Enviado por (RAS) em 09/02/2013
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