Adagas. O tamanho da dor não depende de qual dos gumes te atingirá, nem se estão afiados, enferrujados ou cegos e sim de duas condições: da força aplicada no lançamento da adaga ou da preparação da carne, para recepcionar o corte. Por outro lado, nenhuma arma te atingirá se fores precavido e não serás silenciado se bem treinado para interceptar os previsíveis golpes de tuas próprias escolhas. São adagas voadoras as consequências que poderão vir oxidadas pela ação do tempo ou brilhando pela novidade a tinir com os atritos, ao tangerem os juízos. Mas as escolhas são essenciais para a vida e poderão mesmo “mal” feitas, serem-te afagos ou trazerem-te felicidade. Na verdade, nenhuma escolha tua é, conscientemente, má, poderá sê-lo num contexto, não para ti, seria bem ilógico admitir que escolhas sejam feitas para o próprio mal e as consequências são calculadas oportunamente, com tempo suficiente para a veste de égides e das devidas antecipações. Quando vê, já escolheste... Para as adagas da traição, há que orar e vigiar, e muito bem vigiado, para as providenciais interceptações e desvios desses exóticos punhais lançados impunemente pelas escolhas dos olhos vendados de outrem, cujo o objetivo não é aquela maçã na tua cabeça, mas a tua cabeça... os olhos vendados, apenas ocultam o dolo. (RAS)
Enviado por (RAS) em 19/01/2013
Alterado em 17/10/2021 |