Opacidade. De repente anoitece Excessivamente escurece E eu não vejo mais você. Busco a luz numa prece Enquanto o escurão que acontece Bruscamente me enlouquece E consegue me envolver. Por dentro a angústia me corrói, O coração chora e dói E chega literalmente a derreter. São-me tão ruins as noites Cada pensar é um açoite Que a minha alma esvazia. Então eu quero me embrenhar Nesse breu e não voltar A ver mais a luz do dia. Sem você é tudo assim Essas noites não tem fim E meus dias são pequenos. Sem você o meu sol não brilha, É tão longa a minha trilha! E a solidão é o meu veneno. Sua ausência me machuca, Entorpece minha cuca E meu desgosto é imenso. A tristeza me aluga E eu procuro a minha fuga Nos efeitos de um incenso. E assim me aborreço E para o “underground” eu desço E bebo o vinho dos lamentos. E de mim, então, me esqueço Tomo Passe e rezo o Terço E apuro os sentimentos. É assim a sua ausência Traz à tona a demência Que habita o meu ser. E vai chegando a idade E eu vou perdendo a vontade De viver sem ter você. Vou correndo contra o tempo, Procurando um novo invento Que me leve até você. (RAS)
Enviado por (RAS) em 10/01/2013
Alterado em 30/03/2020 |