Eis que não há sentido nos sentimentos. As profundezas de minha mente acumulam víscidos sentimentos, Que por tempos incontáveis instalam-se e acoplam-se a cada medida de seu perímetro, Tal qual poeira cósmica oriunda das longínquas e epidêmicas desordens do Caos. São sentimentos viajores, resíduos que exalam o cheiro da senilidade, Vindos de tempos idos que nos seus desvanecidos alforjes, conduzem o infalível coesor de almas afins. E quais meteoros desgovernados se abalroam e se espatifam pela abóboda celeste, a colocar a existência em constante perigo. Perpassam-se as eras e infinitos obstáculos e lá estão eles a povoarem o subconsciente humano e afloram numa rapidez indômita e inoportuna, driblando blindagens medíocres e radares desatentos das fracas resistências. Aventureiros, eles vadeiam os espaços venéreos e incautos, evidentes nas misteriosas sinas dos homens: e os dominam... e os cegam... e os tornam buracos negros... Revestidos de veemência e, sob a égide da irrefutabilidade, formam portais soberanos, Rendem as reações cerebrais e as subjugam e formam um império comumente desastroso, Elevam a passionalidade e a consequente impossibilidade de intervenções e recuos. Novamente o Caos! Os ventos não têm rumo, nem sossego, nem dono, nem propósito. Tudo é e será exatamente assim. (RAS)
Enviado por (RAS) em 01/09/2012
Alterado em 14/10/2021 |