Um cadiquim só docê. (Gastando o Mineirês.)
Meu arrois, fejão, cum angu e cove;
Minha rapa da panela di mingau firvido,
A causa trigueira que meu mundo move,
O tar di nunca inhantes puraqui coído;
O docim que garra na cuié di pau;
Cocerinha boa di bichim di pé;
Felicidade minha qui num há ingual;
Fiel companheira, amiga de fé,
Capim vassorinha pru meu mastigá;
A painha fina do meu fumo de rô;
Pura inspiração do meu versejar,
Qui dispois que vi ocê nunca mais secô.
É o trem mais bão,o meu doce veneno,
Luz da lua cheia, causo di amô;
O engrandecê do meu mundo pequeno,
A mais linda istrela qui o céu catô;
O briar das fôias, pinguim de sereno,
Cherim da primeira cuada de café;
Cada dia a mais, mais vou ti quereno,
Faiz meus dias lindos, esse doce de muié;
Meu torrão moiado, meu solo fecundo;
Passarim alegre e gorjeadô,
Luz dos lampiões, lume do meu mundo,
O cheiro mais gostoso da mais pura frô.
O rangê saudoso di todas as porteiras,
O cantar das rodas do carru de boi,
O barui das quedas lá das cachueiras...
A saudade boa di tudu qui foi.
Meu torreminho seco, prontim prá cumê,
Pinga guardadinha bem dibá da pia
Tudu quié di bão qui eu quero tê
I coiê prá sempre, no finzim du dia.