O limiar dos reveses. O amor é como um curso d’água Brota em grotas de serras verdejantes, Nas geleiras a derreterem, nos oásis, quem diria? Às vezes transborda – Desejos! Às vezes míngua - Descuido... Ou lhe secam – Morte. Ou mudam-lhe o curso – Recomeço... Por onde passa ou fertiliza, ou arrasa! Submerge pelas entranhas do solo resistente e ardente E emerge a perpassar rochas, invadir matas... Precipita-se em lindíssimas quedas, as cascatas, Aprofunda seu leito: – O lado inflamado do peito... Com enorme fluidez e volume d’água! Se lhe represam, há de haver sangria... Há ressacas e marés, ondas e marolas, Se há abalos – Tsunami! Intempéries lhe faz paixão, Por onde passa deixa os rastros: as lamas negras do ciúme Enchentes de quereres cegam-lhe às consequências. Acalmado, volta ao normal, navegável: agradáveis remansos... Mas sem o devido cuidado, num inesperado instante, Como as lágrimas tolas, inócuas e velhas – Seca! Das mágoas brota a aridez que tudo acampa, Esteriliza e espalha secura – Ódio. Há de se implantar um eficiente e infalível sistema de alarme, Com estridentes sirenes e apitos. O triste é que a paixão além de cegar, também ensurdece... (RAS)
Enviado por (RAS) em 20/05/2012
Alterado em 16/04/2023 |