Quando meus olhos a veem.
Quando meus olhos a veem, meu coração é estouro de gnus, meus pensamentos ficam nus...
E eu fico sem graça...
Quando meus olhos a veem, veem os seus como holofotes,
A me revelarem a um mundo de que tanto escondo
E eu fico sem jeito...
Quando meus olhos a veem, remeto-me à tenra idade e pirraço por colo... beiro o ridículo...
Quando meus olhos a veem, as fragilidades me são velas,
À mercê de ventos e correntes,
Então forço um atracar no primeiro cais da mansidão... mas me aborreço...
Quando meus olhos a veem, sinto-me um sangue frio qualquer, extático,
Na ilusão de burlar os detectores térmicos da víbora.
Quando meus olhos a veem,
Meu sangue ferve incautamente, a exporme ao bote da voraz e precisa serpente... e eu fico triste...
Quando meus olhos a veem, sou Tony Curtis ou Alan Delon,
Mas no caso de um não, quero ser o Super Homem e sair vazado,
Ou melhor, voando bem alto, rumo à Kriptônia,
De onde descerá meu triste olhar para a Terra, sem mim
Morre um pedaço de mim...
Quando meus olhos a veem, sou o mocinho de vários filmes,
Que lhe salva da tristeza dando-lhe novas perspectivas...
E fico na fita tão bem!
Quando meus olhos a veem, é um turbilhão de sentimentos,
Que movem meus pensamentos,
Que me cegam por momentos e não me deixam refletir.
Quando meus olhos a veem, tudo não tem cabimento,
Tudo é tão ágil e tão lento, extremos ardis do iludir.
Ah, quando meus olhos a veem, é tudo tão maravilhoso!
Tudo começa do novo, por meus pedidos de bis.
Quando meus olhos a veem, tudo é zen e perigoso,
Tudo me faz vaidoso e o homem mais feliz!
É tudo de tanta intensidade! E não é d'agora e nem daqui!