MÁGOAS. Quando eu penso em perder-te é porque já me perdi, Minha sina é só querer-te, minha sina é te pedir. Se dispensares este amor, meu coração não perdoa: Não entende tanta dor que lhe corta tão à toa! São meus olhos a seguir-te, minha boca a chamar-te E o meu sonho que insiste toda noite em buscar-te. Mas quando quero um gesto teu e me negas indiferente, A mágoa e o pranto meu são borbulhas efervescentes... São arestas que acumulam, em superfície tão lisa, Em quereres que maculas, em desejos que tu pisas. Quando penso em culpar-te é porque já me culpei, Este amor é um estandarte, o qual sempre ostentei. Basta-me um gesto teu, um ameaço de sorriso, Para alegrar o sonho meu: tudo aquilo que preciso. E a mágoa é encoberta com uma gota de esperança, Mas nem sempre a dose é certa e o fim a mágoa alcança. Quando penso em querer-te, também quero que me queiras, Como o início de um flerte, para durar a vida inteira. (RAS)
Enviado por (RAS) em 15/12/2011
Alterado em 11/07/2021 |