(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

APOLOGIA AOS DEUSES. ( ÚLTIMO ATO).

Então surge você, exibindo a beleza de uma musa,
A divindade de Hera e os trejeitos de ninfa.
Autêntica revelação angelical,
Excitando uma platéia de efervescentes sentidos.


Pasmo, nesse palco de mortais, sinto-me genuflexo
Diante de tanta perfeição..!

“Baco se embriagava por tão pouco..!”

E vem à tona a sensatez de Sansão,
De Davi, de Marco Antônio, do Super Homem
E baila de forma graciosa à minha frente,
A provocante razão da loucura.


Seus lábios, como um relâmpago, se abrem num sorriso
E desarmam-me novamente e se aproximam... E se retraem...


O que eu não faria por um cálice de vinho?
Ou por uma rosa que lhe tirasse a lucidez?
E eu não tenho nem um brilhante...

Então, aquela beldade incitante a flutuar,
Suspensa pelo andor de meus anseios,
Move-se em minha direção.

Vejo nos seus olhos um despertar de desejos
E, de repente, sinto que sou tudo,
Que tenho o brilhante, o vinho e a rosa
E uma emoção imensa lança-me ao seu encontro.
Então, a tomo como minha própria vida,
Transformando-me num desses semideuses.


E no último ato - que pena...
Descobrimo-nos e nos amamos.
Nos primeiros fui tolo: Homem, reles mortal...

E dando seqüência à história
Mergulho na doce tolice, na sensatez:
Duvidando que fosse o tendão
O ponto vulnerável de Aquiles
Feliz entrego-me aos domínios
De uma divina mulher!

(RAS)
Enviado por (RAS) em 07/12/2011
Alterado em 22/02/2023


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