Armagedom.
Eu sou o entardecer das criaturas, O alvorecer das ditaduras E o pesadelo dos galãs. Eu sou o tumor dos organismos, O pressuposto de um abismo E a mancha podre das maçãs. Eu sou o crepúsculo dos sonhos, Dos sinais, o mais medonho, A incerteza do amanhã. Eu sou o maior medo dos amantes, O cintilar dos diamantes, Dos incautos o afã. Eu sou a noite cálida, a noite fera, Como a esfinge que te espera Paciente e guardiã. Eu sou a fome indômita do mundo, Sou teu descaso mais profundo, Teu café dissimulado da manhã. Eu sou o desamor em carne e osso, Eu sou carne de pescoço Sou da fruta o caroço A mola exposta do divã. Afasta-te de mim De perdoar não tenho o dom. Eu sou o teu adversário, Ocorro em ti a toda hora, Eu sou o teu Armagedom. (RAS)
Enviado por (RAS) em 02/09/2011
Alterado em 19/02/2023 |