(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Com tua devida vênia. 

Quando os dias tornam-se iguais,
Vê-se os mesmos navios pelos cais,
Quando incomodam os risinhos dos casais...
Quando lágrimas toldam os teus olhos tristes, 
A tirar-te a beleza de tudo que existe,
E um soluçar emotivo e ruidoso persiste...

E a noite se alonga fria e vazia, 
O sol fervilha a queimar-te a alegria,
O céu que escurece, a tempestade anuncia...

Quando a bela canção os teus ouvidos irrita,
Quando as tuas palavras se tornam malditas,
Quando a dor da ausência sobre ti precipita…

Se até os teus amigos se tornam empecilho, 
Qual cisco medonho que te rompe os cílios,
Qual o tempo que age a tirar-te o brilho…

Quando as horas emperram e tornam-se infindas,
E as rosas viçosas já não são tão mais lindas, 
Se com a amarga bebida, com a vida não brindas...

Está na hora do soro, ou dos anjos, em coro,
Aceitarem por fim tua entrega,
Ou é hora de teres alta, 
Correres atrás do que falta:
O que a tua apatia,
Com a devida vênia, te nega.


 
(RAS)
Enviado por (RAS) em 02/09/2021
Alterado em 02/09/2021


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