A foz dos dejetos.
Quando o outono é realidade, subitamente os sonhos traem… Sonhos que os amores viçam e das almas caem… Quando tudo em beijos ardia, em meio às líricas poesias... Num verão brilhante e incidente nos momentos de alegria… Quando veio com o outono a derradeira tempestade, E arrasou com tanta fúria e como lama, o que foi felicidade, Quando a natureza calou-se e a tão triste fim aplaudiu, Fez-se tudo águas passadas no remanso de um raso rio… Um rio assoreado, qual e tal os olhos sem os cílios, Como um casal que ora e peleja sem a graça de um filho, Um mar que se diz de flores e as lança contra o rochedo, Sonhos que exigem coragem e sucumbem com o medo. Assim são os romances que por tão pouco perduram, Como rios mansos e rasos que os desmates não aturam... Quem um raso rio represa terá tamanhas desilusões, Pois há que ser profundo o rio, para causar inundações. Para ser navegável o rio há de ser largo e profundo, O rio eterno é o capaz de vazar e fertilizar o mundo. Os fracos não têm curso na história, esvaziam, ressecam, Ou são latrinas do mundo, onde os covardes, de medo, defecam. (RAS)
Enviado por (RAS) em 11/12/2018
Alterado em 04/02/2021 |