Do negrume à gangrena.
Nada há ante os teus olhos, Apenas cores... E superfícies que mal as refletem... E forma alguma, Nem de coração... Nem de coração... O fundo dos teus olhos Traduz o mais profundo abismo... Onde se perde... Com todas as asas... Com todas as bússolas... Com todos os sonhos... Há nos teus olhos passagens perdidas, Longínquas... Angusturas... Há em ti a beleza estranha do vazio... O absurdo do tudo, em tudo negado... Há em ti a frigidez de uma lápide, A inscrição do fim... A lâmina da morte... E o teu profundo corte, Sangrando em mim... Tuas cruzes, teus anjos de mármores, Imensos e assustadores... Onde as pétalas de tuas fictícias flores, Se espalham, Onde, incrédulos, se encalham... E em dores jazem, em paz, os amores... (RAS)
Enviado por (RAS) em 02/06/2018
Alterado em 26/11/2020 |