(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


Arenas.
 
     Os olhos marejados de lágrimas como efeito de paixões mal resolvidas ofuscam os sinais, ignoram os alertas, turvam de tal forma a visão, quais os afrontados touros nas arenas da vida, a enxergarem apenas o vulto vermelho… quase os cegando! Tais quais esses touros, os apaixonados sequer conseguem afastar as inúteis lágrimas dos seus olhos, para se defenderem dos duros golpes, ao serem atacados pelas saudades, distâncias, descuidos, descasos e assim ainda perdem o tempo de entenderem que se tornaram os seus próprios inimigos. Perdidos estão em tão infernal e desigual batalha, onde para um a morte será um curtume, ao outro, honras.
     Nada há além das arenas… nada além daquela loucura que valha a pena!
Para o público extasiado, pouco importa quais dos sangues irá cobrir e tingir a areia, importa sim o espetáculo: os  “olés!” e “vivas!”, os chapéus e rosas…
     Em todas as arenas haverá sempre os que lutam para sobreviverem e os outros que, elegantemente, bailam a enraivecer os seus oponentes, com espadas afiadas e indiferentes que enfraquecem… mas nem sempre são superiores, é quando se igualam na animalidade.
     A diferença de uma tourada e uma paixão desenfreada está no fato de que, na tourada, uma das espécies é irracional, todo o resto é, insofismavelmente, por demais frustrante e semelhante, pois eis que resultam nem sempre em mortes, mas quase sempre, em melancólicos fins...
(RAS)
Enviado por (RAS) em 10/04/2018
Alterado em 31/10/2020


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras