(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

 
 

Não calem os sinos.

Os sinos tocam para a morte e para a vida. 
Os sinos anunciam as horas, mormente a do “Angelus”... provocam revoadas… os seus sons tangem o tempo dos homens...
Os sinos dobram em homenagens, louvam e alegram qualquer ermida, qualquer longínquo e bucólico rincão… os sinos são sinais de vidas, ecoam em notas que perpassam o firmamento.
Parecem comandos às legiões de Anjos, que se aprontam, para suas terrenas demandas.
Os sinos ressoam alegrias, às vezes tristezas, tal e qual a vida. Penetram como alertas nos incautos tímpanos ingratos, às vezes emocionam, às vezes fazem parar e refletir, por fim, louvam, agradecem…
O silêncio dos sinos extasiam os instantes… nem ladram os cães, nem oram os fiéis, nem abrem-se as portas... quando silenciam-se os sinos, ou celebra-se a Paixão ou jaz o sineiro… o silenciar dos sinos entristece... e paradoxalmente, ensurdece, pois dão lugar aos acusadores gritos das consciências.
Quão ótimos são os seus estridentes badalos! E quão esperado são os seus festivos acionamentos!
O sinos são as suplicantes vozes dos fiéis, são “dedos de prosas” com Deus. 
A lida, os bichos e os sonhos com eles despertam...
Os sinos ligam a Terra aos céus, em brados potentes, nos dobrados de Hosanas e reverências, na verdade, os sinos profetizam o triunfo da Luz sobre as trevas, do Bem sobre o mal!
Os sinos são como as possantes trombetas dos Anjos, do alto e ao longe, a enfatizarem o prometido:
“Dim-dão...Cristo… triunfante… vai voltar
Dim-dão...Cristo… triunfante… voltará…”
Que assim soem todos os sinos!
E que assim os ouçam todos os homens.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 04/12/2017
Alterado em 14/04/2022


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