(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


                                        Vidas.

Eu te conheci nas medievais vielas de Madri, em subterrâneas tabernas, de tantos cálices de vinhos, por ti erguidos, de lautas iguarias postas em rústicas mesas...
De tantas odes! E nem espada eu portava…

Pergaminhos no alforje, avesso às touradas, admirador do teu flamenco, menestrel de autorais trovas a exaltar os teus encantos.

Fui alma agitada, mas alma de paz… Suportei almas traiçoeiras, convivi com seres, como eu, ao relento e ao hedonismo entregues.
Bebi com piratas, pilantras, padres e prostitutas...
Bebi com os nobres e aventureiros e com os quais, funcionalmente, tive que te ver se ir… e ouvir, tantas vezes, o silenciar de tuas castanholas…

Eu te conheci... atentamente a olhar-me, a ouvir os meus nada parnasianos versos.
De ti ouvi loas…tantas e apaixonadas loas! 
Inspirado, eu escrevia e, em irretocáveis performances, eu salpicava de versos os noturnos saraus, em castelos, praças públicas, becos e arenas...

Eu te conheci, em plena idade das trevas. Ali, eu egoisticamente te desejei, mas, assim, não te tive…
Hoje raiamos no esplendor de nova e regeneradora era... e os meus versos ainda pulsam, no entanto, pasmem todas as deidades!
Mais uma vez não a tenho...

(RAS)
Enviado por (RAS) em 29/11/2017
Alterado em 10/04/2022


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